Procurar:

Sobre o excelente filme brasileiro Nise, e o papel da arte na vida de qualquer ser humano

Share it Please



O visionamento do filme Nise (direção Roberto Berliner) foi uma excelente surpresa. Por ser brasileiro e passar-se num Brasil de 1940 tão pouco divulgado, por ser baseado numa história real, por ter uma trama assente num dilema científico, mas sobretudo porque consegue salientar algo de importante aos que o assistirem: que a arte é um meio ambiente universal, um canal existencial comum a todas as pessoas, inclusive àquelas a quem as faculdade intelectuais estejam  truncadas ou diminuídas.

Em abstrato, poder-se-á pensar que a arte é para os artistas, e a afirmação está correta. O que porventura não tanto estará é que artista não é só quem decidiu por vocação e carreira seguir e aprimorar o caminho da Arte. Artista é também aquele que tão só se deixa ligar ao canal da arte, se faz seu veículo, e que a deixa em si, por si, manisfestar-se. É desta nuance que o filme constrói a sua história, pela mão da Dra. Nise da Silveira (interpretada por Glória Pires) que encontra nos pacientes do Hospital Pedro II, seres altamente propensos (e carentes) a abraçar a arte e expressar-se com ela.

Numa segunda linha de análise, Nise assinala também que a Arte não nos deixa iguais. A experiência e vivência do processo criativo, artístico, faz com que os seres humanos se observem, se problematizem, se pensem, se revelem nas suas idiossincrasias, traumas, expectativas. É precisamente por este motivo que, através da terapia ocupacional, Nise da Silveira foi capaz de fazer o que no estado da "arte" médica parecia estar consignado aos choques elétricos e outros métodos de muito duvidosa ética e eficácia.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...