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Sobre as múltiplas versões de nós mesmos segundo a lógica das versões informáticas, ao som de 'So Far So Good' (Beady Belle)

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The Sculptor - Eleanor Swordy (2017)


Dada a inolvidável importância da informática no modo de viver a vida em pleno século XXI, vale a pena comparar e contrastar a vida humana à luz dos desenvolvimentos informáticos. Tipicamente, um desenvolvimento destes começa por ser apresentar-se como versão beta, coisa sem compromisso de  identidade e repleta de potencial por desvendar e materializar. Ninguém espera que uma vez saído do estado beta, uma criação informática a ele regresse, tal como nenhum adulto consegue verdadeiramente regressar à candura e potencialidade da infância.

Depois, é igualmente pertinente verificar que tal como o tempo anda invariavelmente para a frente, e com ele acarreta mudanças 'temporárias' e 'temporais', só o presente nos é dado viver. No mundo dos desenvolvimentos informáticos, é raro o caso de quem fique retido numa versão anterior quando a nova está disponível, ou que se prive de usar a atual e se deixe em espera pela versão futura, ainda por lançar. Porque assim é? Porque a versão mais recente é, assim se espera, a melhor que está ao dispor, uma criação otimizadas, uma versão com melhores, maiores e/ou mais funcionalidades. Nas pessoas, não existem versões oficiais em processo lançamento oficial, com exceção dos aniversários e/ou dos novos anos civis, que ousam querer forçar o aparecimento de novas versões das pessoas.

É discutível se o andamento do tempo consegue tornar a fazer de cada pessoa uma versão melhorada de si mesma. Afinal de contas, a cada instante há novos conflitos que surgem em função da própria  complexidade da pessoa, mas também da envolvência dessa pessoa, ou ainda em virtude de obstáculos inesperados e de dificultada previsão. Em todo o caso, arriscaria dizer que existe uma expectativa que cada ser humano, com a idade (e a experiência) possa consolidar seu o projeto existencial (supra-informático), e que se torne progressivamente mais user friendly para consigo, seus utilizadores e a sua envolvência, que é como quem diz: que se torne mais harmonizado com a natureza, e apaziguado consigo mesmo e com os seus pares. 

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