Horizonte III - Jesús Curiá (2016)
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Os anos são longos o suficiente para não conseguirem ser anos estritamente de derrota ou de vitória. Encerrar o ano com balanço positivo ou negativo tem menos a ver com as efemérides que se passaram efetivamente do que com a gestão de expectativas que elegemos para legendar o ocorrido.
A verdade é que, em menor ou maior medida, somos reféns/senhores das expectativas que temos, e há anos que nos marcam mais em aspetos que consideramos cruciais para a felicidade e alegria, e outros que passam pelos pingos da chuva e parecem ser de normalidade, de continuidade ou de espera.
A passagem para o novo ano representa uma mudança formal de acto, na qual a acção pode manter-se ou mudar. É uma convocatória para dar continuidade ou descontinuidade ao ponto de situação, perseguir reforçadamente os objetivos estabelecidos ou firmar novos. Por isso, a celebração do novo ano é feita com enorme carga emocional, porque se conjuga num só e mesmo momento a intensidade (esperada) de um final com a intensidade (esperada) de um reinício.
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