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Sobre as emoções enquanto meteorologia da mente, e o que fazer com elas

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Sinking Sun - Roy Lichtenstein (1964)

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Talvez seja útil encarar as emoções humanas como condições meteorológicas, desde logo porque é muito difícil prever como nos vamos estar a sentir dentro de três, cinco ou quinze dias. Não só por isso. Tal como na meteorologia, nas emoções ora está chuva ou sol, podendo mesmo ocorrer aguaceiros ou abertas nos períodos da manhã ou da tarde. Depois, pode haver trovoada, granizo, geada, neve, ou simplesmente estar um céu azul que sugere uma eternidade feliz.

Por muito que façamos o trabalho de casa na vertente racional, a experiência mostra ser avisado consultar o estado do tempo e adequar os planos ao que se prevê acontecer, basta para isso ir à janela e sentir o tempo em primeira pessoa. As emoções são capazes de perturbar ou potenciar os planos racionais que temos, e portanto, é imperioso que atentemos nelas e tomemos as medidas necessárias para harmonizar a situação. Poderemos ter de adiar os planos ou então antecipá-los: talvez nenhuma atividade humana como a agricultura tenha aprendido a harmoninar-se com as condições meteorológicas. Uma má gestão e lá se vai a safra deste ano.

Seria um absurdo que alguém acredite que pode ignorar por completo a meteorologia nas suas atividades diárias. Algum ajuste é sempre necessário. E então, porque aceitamos não gerir as emoções e deixar que a existência diária seja uma roleta russa que ora acerta ou ora falha, muitas vezes numa total deriva? Não quer dizer que seja fácil, mas antes que é necessário. Não chega cuidar das ideias, é preciso cuidar das emoções. Sem chuva a sementeira não funciona, e sem sol os frutos não amadurecem.

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